11 de julho de 2018
Os malefícios da ansiedade
No livro ‘O Cérebro Ansioso’, o neurologista Leandro Teles explica como a emoção tem uma quantidade bastante extensa de sintomas e pode se manifestar em praticamente o corpo todo. É como se a doença tivesse um nome (ansiedade) e um sobrenome (tipo de ansiedade).
Pensando nisso, elaboramos uma lista com os cinco tipos mais comuns dessa doença, cujos sintomas atingem cerca de 9,3% da população brasileira, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
Essa é uma das formas mais frequentes, ocorrendo em cerca de 4% dos adultos. O TAG pode começar em qualquer idade, mas aparece geralmente entre os 20 e 30 anos. Marcado por características crônicas, as quais se manifestam diariamente, como tensão excessiva, irritabilidade e cansaço mental/físico.
Síndrome ou transtorno do pânico
É uma das ocorrências mais dramáticas conhecidas pela medicina. O termo é relativamente recente (1990), mas já foi chamado de vários outros nomes, como: coração irritável, astenia neurocirculatória, síndrome do esforço, entre outras. O paciente apresenta uma tendência a ter crises recorrentes, marcadas por muita angústia e sofrimento, além dos sintomas físicos (taquicardia, falta de ar, formigamento dos membros etc.).
Fobias específicas
Trata-se de um mal muito comum, havendo casos intensos e incapacitantes e outros sem maior gravidade ou de impacto mais sutil. São medos exagerados provocados pela exposição a um fator gatilho, ou até pela expectativa da exposição, a qual gera uma cadeia de eventos, como comportamento de esquiva e evitação.
Síndrome do estresse pós-traumático (SEPT)
Inicia depois de uma situação emocionalmente intensa e traumatizante. Geralmente, envolve risco de vida ou lesões graves a si ou a pessoas queridas. Bastante comum em ex-combatentes de guerras no passado, o conceito tem incluído mais recentemente, quaisquer ocasiões extremas nas quais o indivíduo sentiu-se profundamente ameaçado, horrorizado ou em um estado de franca vulnerabilidade.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
Como afirma o Dr. Leandro Teles, a realidade do paciente com TOC é bem menos glamorosa e engraçada da encontrada em séries e filmes. É uma marca entre o pensamento intrusivo (obsessivo) e o comportamento a ele associado (compulsivo). Pode surgir em qualquer fase da vida e é crônico e oscilante, com fases de piora e melhora.
Maria Vitória Spaulonci Braconi, tem 20 anos é estagiária e sofre com ansiedade. Para ela, é seu pesadelo. “Desde meus noves anos eu tenho, mas só descobri com uns 13. Ela sempre afetou minha vida. Já me fez passar mal, perder pessoas, viagens, oportunidades de emprego, eu me esconder e me sentir horrível por estar sobre essa condição. Causa oscilações no meu humor e eu gasto dinheiro com tratamento e remédio”, conta. Para ela, é muito importante as pessoas entenderem não ser uma condição onde você está inquieto e sim de você ser assim. “Não podemos tornar algo tão grave em fútil. Até hoje lido com meus próprios familiares dizendo ser frescura, besteira e me ditando como imediatista, quando simplesmente não sei lidar com o tempo, comigo e muito menos com os outros”, revela.
Já para Giovana Valenzi, tradutora de 26 anos, viver com o mal é uma luta diária. “É necessário lidar com a cobrança externa, a qual vive julgando e alegando ser preguiça, desânimo, descaso; é não viver o presente, sempre com medo ou preocupação excessiva com o futuro; é deitar a cabeça no travesseiro e não conseguir dormir porque o desgaste psicólogo não permite; é estar fisicamente aqui e mentalmente em cem lugares diferentes”, explica. Para passar por esses períodos, ela tem pensado em coisas boas, respirado de uma forma tranquila e direcionada, com ideias positivas sobre si e reconhecendo seu valor.
Se você também passa por esses dramas, não ignore os sinais. Cada um tem sua dor e você não é mais fraco por não saber lidar com ela. Você é forte por querer melhorar!
O reconhecimento precoce e a intervenção direcionada são ferramentas preciosas no reestabelecimento da qualidade de vida. De acordo com a Proattiva, clínica médica no Rio de Janeiro, a mente merece o mesmo cuidado do corpo. Portanto, não deixe uma síndrome psiquiátrica tomar conta da sua vida. Caso tenha se identificado com essas trajetórias, procure ajuda médica de um profissional capacitado.
Boa sorte!
Fonte: Nube