7 de junho de 2021
A pandemia e o isolamento social trouxeram mudanças inimagináveis. Segundo alguns historiadores, esses fatores irão marcar o final da era tecnológica do século 20, no qual entendemos os limites da tecnologia. Além disso, o ano passado ficou marcado pelo êxodo urbano, devido à quantidade de pessoas se afastando dos grandes centros das cidades. Isso foi consequência do home office, fazendo os indivíduos olharem para suas moradias de outra forma.
Segundo levantamento realizado pela Quinto Andar, as áreas consideradas foco na busca por aluguéis tiveram notável queda em 2020. Em contraste, algumas cidades como Diadema (56%), Campinas (20%) e Osasco (15%) cresceram na busca por espaços maiores.
Esse “boom” foi o início de outro conceito: os chamados nômades digitais. Essas pessoas aproveitam a flexibilidade e a possibilidade de atividades remotas para se desprender de escritórios e conduzir uma vida em lugares diversos.
Essa tendência vem sendo percebida por proprietários e administradores de imóveis para aluguel por temporada. Eles têm notado um aumento na busca por locações mais longas. Contudo, se engana quem pensa nesses nômades como pessoas de luxo. Muitos ainda estudam e isso só é possível também graças ao ensino a distância (EAD).
Para a CEO do centro de formação Minds Idiomas, Leiza Oliveira, a prática veio para ficar. “Eu coordeno cerca de 70 escolas espalhadas pelo país, viagens eram a minha rotina. Além disso, tenho uma casa no Paraná e outra em Bonito, fico lá e cá. Todavia, remotamente é bem mais fácil tocar os negócios e a vida. Percebo isso nos alunos da rede também, muitos se mudaram para o interior ou aceitaram empregos em outros lugares”, explica.
A mudança é o caso da Débora Arimura, aluna desse centro de formação. Ela recebeu uma proposta de serviço e foi para o Japão, mesmo assim, segue com alguns compromissos aqui no Brasil, como o estudo da língua estrangeira. “Continuo o curso, pois me vejo cada vez mais próxima do meu sonho de ser fluente em inglês. Foram inúmeras tentativas até aqui e, desta vez, me sinto à vontade em dominar o idioma”, relata. Tudo isso só é possível com o digital.
Ao contrário do pensamento de muitos, a ida dela para o outro lado do mundo não foi uma decisão difícil e se adaptar à uma nova cultura também não. “Depois de adulta, essa é a primeira experiência de trabalhar fora e tem sido de grande aprendizado. Hoje me preparo para abertura do meu próprio negócio, o qual se tornou meu objetivo e meu esforço no momento”, expõe.
Esse novo lifestyle tem suas vantagens e pode ser muito interessante para quem gosta de viajar, mas se sente preso a um espaço físico. Além disso, é uma oportunidade de conhecer pessoas, lugares e culturas diferentes. Portanto, se você deseja esse estilo de vida, programe-se financeiramente, crie roteiros e se organize em relação ao horário laboral e turismo.
O nomadismo e o home office são tendências, mas as companhias ainda estão se adaptando a essa realidade. Todavia, uma coisa já é fato, isso já faz parte do “novo normal”. Afinal, a preocupação com o futuro tomou conta de todos, levando a mudanças de costumes, higiene, rotinas, maneira de viver e, também, de morar. O vírus veio acompanhado de desafios relativos à forma de pensarmos em nossas residências.
